O mercado financeiro acompanha atentamente o desempenho do Ibovespa e a cotação do dólar nesta sexta-feira (4). A véspera foi marcada por recordes na Bolsa brasileira, com o índice fechando em 140.927 pontos, e o dólar registrou queda para R$ 5,404, menor nível em mais de um ano. A XP revisou suas projeções para o câmbio, reduzindo a expectativa de R$ 5,80 para R$ 5,50, em meio a um ambiente global de dólar mais fraco. A agenda de hoje traz a divulgação dos preços ao produtor referentes a maio, prevista para as 9h, e a balança comercial de junho, que sai às 15h. As informações são acompanhadas com expectativa, já que podem influenciar decisões de política econômica e investimento. Do lado corporativo, a Petrobras (PETR4) apresentará hoje o projeto de integração do refino no Estado do Rio de Janeiro, em iniciativas que envolvem a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias, e o Complexo de Energias Boaventura. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos Estados Unidos, o feriado da Independência mantém os mercados à vista fechados, o que reduz a liquidez e o volume de negócios globalmente. As negociações tarifárias entre os EUA e seus parceiros comerciais continuam sob observação, com prazo para acordos se encerrando na próxima quarta-feira (9). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar no início da noite o seu “grande e lindo projeto” de lei orçamentário, recentemente aprovado na Câmara dos Deputados. Apesar do otimismo do governo, o pacote é visto por especialistas como um risco para a dívida americana no longo prazo. Paralelamente, Trump promete iniciar o envio de cartas aos parceiros comerciais que ainda não fecharam acordos com a Casa Branca, reforçando sua postura firme nas negociações internacionais. O que vai mexer com o mercado nesta sexta Agenda O presidente Lula cumpre agenda no Rio de Janeiro. Às 10h, participa da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Em seguida, às 11h30, Lula comparece à cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras nos setores de refino e petroquímica, na Refinaria Duque de Caxias (REDUC). À tarde, às 15h30, ele se reúne com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. Por fim, às 17h, o presidente tem encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará presente no seminário de alto nível do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a partir das 9h40. Às 13h, participa do almoço dos governadores do NDB. À tarde, às 14h, Haddad realiza uma reunião bilateral com a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman. Para encerrar o dia, às 19h, ele participa de um jantar oferecido pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Às 19h, Gabriel Galípolo, presidente do BC, participa de jantar de Boas-Vindas da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do BRICS, no Rio de Janeiro. (fechado à imprensa) Brasil 9h – Preços ao produtor (maio) 15h Balança comercial (junho) INTERNACIONAL Tensão tarifária O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que seu governo começará a enviar cartas aos países, provavelmente nesta sexta-feira (4), detalhando as tarifas que incidirão sobre seus produtos exportados aos Estados Unidos. Ele mencionou que pretende assinar outros acordos, além do pacto comercial fechado com o Vietnã na quarta-feira. Segundo Trump, a ideia é deixar claras as taxas que cada nação enfrentará. As cartas devem ser encaminhadas à maioria dos países. A declaração foi feita antes de sua viagem a Iowa. Projeto orçamentário A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei apelidado de “Big Beautiful Bill”, idealizado pelo presidente Donald Trump. A proposta prevê cortes permanentes de impostos, mudanças no Medicaid e fim de incentivos à energia limpa. O texto foi aprovado por 218 votos a 214, com oposição unânime dos democratas e dois votos contrários entre os republicanos. A medida, que pode elevar o déficit em US$ 3,3 trilhões na próxima década, segue agora para sanção presidencial. Trump deve assiná-la nesta sexta-feira, feriado da Independência dos EUA. Mercado preocupado Após a aprovação do megaprojeto orçamentário de Trump, mercados reagem com preocupação à alta da dívida dos EUA, que já passa de US$ 36 trilhões. Investidores exigem juros maiores para financiar o governo e questionam a sustentabilidade fiscal do país. A Moody’s já alertou para os riscos. Enquanto o ouro sobe, o dólar se desvaloriza e perde espaço como ativo de refúgio. Leia também Dow Jones Futuro recua após Trump reacender tensão tarifária Trump afirmou que seu governo pode começar a enviar cartas impondo tarifas unilaterais a parceiros comerciais já nesta sexta ECONOMIA Gripe aviária O Ministério da Agricultura informou que Argentina, Cuba, Emirados Árabes, Filipinas, Índia, Mauritânia e Uruguai retiraram as restrições à carne de aves brasileira. As proibições haviam sido impostas após um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul em maio. Com isso, sobe para 15 o número de países que já reabriram seus mercados. O Brasil se declarou livre do vírus no mês passado, após ausência de novos surtos em granjas comerciais. Livre comércio O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quinta-feira (3) estar mais confiante na conclusão do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul até o fim deste ano. Em evento do Brics no Rio, Haddad relatou avanços nas conversas com China, Rússia e, especialmente, com representantes da França, país-chave nas negociações. Segundo ele, dois acordos bilaterais foram assinados e há um ambiente favorável para a conclusão do tratado. A vitória de Donald Trump e seu “tarifaço” reacendeu o interesse dos blocos em acelerar o pacto, discutido há mais de 20 anos. Imposto de Renda O deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que as negociações para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil serão retomadas na próxima semana, com o retorno de autoridades de agendas no exterior. Segundo ele, há consenso sobre o mérito da proposta, mas a compensação fiscal ainda precisa ser definida. As conversas foram interrompidas após tensões