A agenda econômica desta terça-feira (1º) traz dados importantes no Brasil e nos Estados Unidos. No país, às 10h, será divulgado o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria referente a junho, indicador que aponta a atividade do setor manufatureiro. Em Brasília, o governo decidiu que ingressará nesta terça no Supremo Tribunal Federal ( STF) com uma ação para tentar anular a decisão do Congresso que derrubou a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em Portugal, às 10h30, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará um discurso que pode sinalizar os próximos passos da política monetária americana. Logo depois, às 10h45, sai o PMI final da indústria de junho, seguido, às 11h, pelos gastos com construção do mês de maio, pelo índice ISM da indústria e pelos dados sobre vagas de emprego abertas e desligamentos, conhecidos como Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey). Ainda no dia, às 17h30, será divulgado o relatório semanal de estoques de petróleo da American Petroleum Institute (API), que pode influenciar os preços da commodity no mercado global. O que vai mexer com o mercado nesta terça Agenda Nesta terça-feira, às 9h30, o presidente Lula recebe no Palácio do Planalto a apresentação de cartas credenciais do embaixador da Índia, Dinesh Bhatia. Em seguida, às 10h, tem reunião com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Às 11h, participa da cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025/2026. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebe às 10h representantes da Times Brasil, licenciada da CNBC, e, em seguida, às 11h, se reúne com membros da Receita Federal. À tarde, tem encontros com o embaixador da Índia no Brasil, Dinesh Bhatia, às 14h, e com representantes do MDIC, MAPA e BNDES, às 17h. Todos os compromissos são fechados à imprensa e tratam de temas institucionais. Já Diogo Guillen, Diretor de Política Econômica, participa de 08:30 às 16:00 – (horário local) do Forum do BCE, em Sintra, Portugal. (aberto à imprensa presencialmente e por transmissão) Brasil 10h – PMI de indústria (junho) EUA 10h30 – Discurso de Powell, presidente do Fed 10h45 – PMI de indústria (final) junho 11h – Gastos com construção maio 11h – ISM de indústria (junho) 11h – Jolts (maio) 17h30 – Estoques de petróleo (API) Semanal Zona do Euro 5h – PMI de indústria (final) junho 6h – Inflação (final) junho Leia também Futuros dos EUA caem após S&P 500 atingir novo recorde na véspera Investidores monitoram o progresso nas negociações comerciais e as disputas em Washington sobre o projeto de lei tributária de Trump INTERNACIONAL Possibilidade O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, alertou que as tarifas comerciais podem voltar aos níveis de 11% a 50% a partir de 9 de julho, mesmo com negociações em andamento. Segundo ele, uma possível prorrogação dependerá exclusivamente do presidente Donald Trump. Em entrevista à Bloomberg, Bessent disse esperar uma série de acordos antes do prazo. Ele afirmou que países que estiverem sendo “recalcitrantes” correm risco de enfrentar as tarifas. Trump já havia descartado a extensão do prazo no fim de semana. As negociações ocorrem em meio a pressão crescente sobre parceiros comerciais dos EUA. Negociações retomadas Os Estados Unidos retomarão as negociações comerciais com o Canadá após a retirada do imposto canadense sobre serviços digitais que afetava empresas de tecnologia norte-americanas. O anúncio foi feito na segunda-feira (30) pelo assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett. Em entrevista à Fox News, ele confirmou que o reinício será imediato. Segundo Hassett, o presidente Donald Trump já havia solicitado a medida durante a reunião do G7 no Canadá. “Eles analisaram, concordaram e agora podemos voltar às negociações”, afirmou. A medida remove um dos principais impasses entre os dois países. ECONOMIA Em queda No último dia de junho, o dólar comercial caiu 0,91%, fechando a R$ 5,433, menor valor desde setembro de 2023. No semestre, a moeda acumula queda de 12,08%. A expectativa de novos acordos comerciais pelos EUA antes do “tarifaço” de 9 de julho fortaleceu divisas emergentes. O Canadá retirou o imposto sobre empresas de tecnologia norte-americanas para retomar negociações com Washington. A União Europeia também sinalizou concessões. No Brasil, dados fracos do Caged sugerem desaceleração no mercado de trabalho, o que pode reduzir pressões inflacionárias e beneficiar o real. Dívida Pública Federal A dois meses de completar um ano, o programa Voa Brasil ainda não deslanchou: das 3 milhões de passagens prometidas a R$ 200 o trecho, apenas 41.165 foram vendidas até maio, o equivalente a 1,37% do total, segundo levantamento do jornal O Globo. A baixa adesão é atribuída à limitação de voos disponíveis, à exclusão de pensionistas e à dificuldade de acesso à plataforma. Especialistas apontam que o valor final, somado às tarifas extras, pesa no orçamento dos beneficiários. O Ministério ainda promete estender o benefício a estudantes do Prouni, mas isso segue sem data definida. POLÍTICA IOF Após aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo decidiu que ingressará nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para tentar anular a decisão do Congresso que derrubou a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O questionamento será feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), segundo auxiliares do presidente. Não adianta gritar Haddad afirmou na segunda-feira (30) que o governo seguirá promovendo justiça social, apesar das críticas. Após a derrubada do decreto do IOF pelo Congresso, Haddad reagiu dizendo que “não adianta gritar” e que o foco seguirá na redistribuição de renda. Ele rebateu acusações de aumento de impostos, afirmando que o governo está apenas “fechando brechas” e retirando privilégios. O ministro também criticou “jabutis” legislativos que beneficiam grandes empresários. Durante o evento, Haddad disse que a meta é aliviar a carga para quem ganha até R$ 5 mil. A tensão com o Congresso continua. País cansado A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o Brasil está “cansado de cortar políticas sociais” e defendeu a taxação dos super-ricos para equilibrar