Convidada do episódio 67 do programa GainDelas, no canal GainCast, Tati Stefani compartilhou sua trajetória de transformação radical: de dentista em plantões noturnos a trader nômade que opera de dentro de um motorhome, cruzando fronteiras e fusos com a disciplina de quem trata o day trade como profissão – e não como aposta.
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Trader sobre rodas
Cinco anos atrás, Tati Stefani ainda atendia como dentista em plantões de emergência na madrugada. Hoje, ela roda o mundo operando dólar futuro de dentro de um motorhome, como trader full-time.
“Eu já estou indo para três anos morando exclusivamente dentro de um carro. Quando alguém me pergunta qual o seu endereço, eu tenho que falar a placa do carro, de fato, porque é onde eu moro”, diz.
O que poderia parecer apenas uma aventura romântica é, na prática, uma operação de logística e disciplina. Tati mantém uma rotina fixa de trabalho, opera três vezes por semana, das 8h40 às 10h30, e faz apenas uma operação por dia – “seja ela gain ou loss (ganho ou perda)”.
Ela diz que essa rotina já se mantém há cerca de quatro anos. “Eu acordo 10 pras 8. Tomo muita água de manhã enquanto eu estou operando. Depois que eu termino de trabalhar, eu não vejo mais nada de mercado, só no outro dia”.
Com uma média de ganho mensal de R$ 7.500, ela garante que o day trade cobre todos os custos do estilo de vida nômade. “Na América do Sul, a gente teve um custo de R$ 7.000 por mês para duas pessoas. É muito pouco, se a gente for parar pra pensar. Quando eu vivia numa casa fixa, eu gastava muito mais. Só de aluguel eram R$ 4.000”.
Tati opera praticamente só dólar futuro e com análise gráfica pura: “Eu aprendi (o método) Price Action, então a gente acaba indo muito mais para análise gráfica mesmo, não tem jeito.” E brinca: “Aquele candle sem sombra é um candle robusto, bonito, inteiro. É esse o nome que eu dou pra ele”.
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Nada de setups sofisticados com múltiplas telas ou computadores de alto desempenho. Tati Stefani opera com apenas uma tela, utilizando a plataforma RocketTrader via web e conexão de internet via Starlink. “Ela funciona maravilhosamente bem em qualquer lugar do mundo porque é satélite”, explica.
Com essa estrutura simples, porém eficaz, ela já operou dos Andes, da Patagônia, do Atacama, da beira do Pacífico no Peru e até de frente para o vulcão Pucon, no Chile. “Operei e à tarde fui brincar na neve, na beirada do vulcão”.
Liberdade com responsabilidade
Para Tati, viver na estrada vai muito além do visual bonito ou do cenário diferente a cada semana — trata-se de autonomia real, inclusive para recusar o que não faz mais sentido “A parte mais legal não é ter liberdade de estar onde você quer estar, mas ter a liberdade de ir embora quando você não quer ficar”, afirma.
A consciência financeira também é parte da rotina. “Eu pego o dinheiro da semana e divido entre diesel, mercado, farmácia, passeios, restaurantes”, conta.
Ela também faz questão de reforçar que a consistência no trade não tem relação com ganhos exorbitantes. “Eu tenho um ganho médio. Para mim, Tati, é suficiente. As pessoas precisam entender o que é bom para elas”, destaca.
A disciplina como base
Para quem quer seguir o mesmo caminho, ela dá um conselho direto: “O day trade tem que obrigatoriamente ser uma segunda renda no primeiro momento.” E completa: “Você não vai ficar bom de um dia para o outro. É uma profissão como qualquer outra que você precisa de estudo”.
Com a experiência de quem já viu muitos iniciantes queimarem etapas, Tati não poupa sinceridade ao falar sobre o começo no day trade. “Você tem que começar com um contrato apenas, porque você não sabe o que está fazendo. Não vem falar que vai começar com cinco contratos. Tá errado”, ensina.
O lema de Tati? “Perder menos cada dia mais.” E ela leva isso a sério: estuda o próprio desempenho, evita repetir erros e mantém o foco. “Se eu já fiz a minha operação, seja ela gain ou loss, eu não faço mais nada”.
Para quem vê na figura da Tati uma espécie de influencer da liberdade, ela responde com humor: “Às vezes eu falo: ‘Meu Deus do céu, sou de fato uma moradora de rua.’ Só que gourmet”.
Os planos agora são na Europa. O motorhome já está a caminho da Alemanha, e o próximo roteiro inclui Dinamarca, Noruega e a busca pela aurora boreal. “Tailândia, quando eu chegar lá, vai ser maravilhoso. E fora do trade, minha meta é esquiar nos Alpes Suíços”, conta.
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